Descida às águas parte de uma colaboração com Collin Kluchman e consiste em uma performance que investiga presença, ciclicidade e regeneração por meio da construção de ficções e rumores. É a partir do aparecimento e presença de uma figura encoberta numa paisagem isolada e natural que a ação se desenrola. O trabalho explora as potencialidades que o trabalho performativo pode estabelecer com a sua documentação em vídeo, apresentando os vestígios e vislumbres da ação performativa através deste. Uma figura encapuzada luta contra a corrente do rio carregando um objeto gravado com instruções misteriosas. À medida que a a viagem aparentemente linear avança, as gravações em vídeo transitam entre diferentes gerações de refotografias. Essa iteração cria uma disjução temporal, e quando a figura deposita o objeto na água no clímax do vídeo e ação, o ato simbólico evoca um ritual de regeneração, implicando que os ciclos correspondem diretamente às gerações de qualidade da filmagem. Essa mistura de simulacro e tensões temporais questiona os limites da presença evocando um espaço suspenso de incorporação e movimento que se estende também à qualidade ficcional da performance.