"Num local remoto, árido e seco surge uma figura. Ela toma o palco.

Sem aparente identidade, a mesma é submetida a uma tarefa impossível de ser realizada. Inútil, ilógica e absurda, chegar a um fim parece não ser uma opção. Apenas a tentativa-erro, o falhar e recomeçar mantêm-se presentes.”

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Reductio ad Absurdum parte de um interesse pela personagem mitológica e trágica de Sísifo, da sua tarefa, e consequentemente do absurdo de Albert Camus. O projeto pretende explorar as várias possibilidades que o desenho e objetos pictóricos podem estabelecer com o ato performativo, a partir de um processo de redocumentação.

A colocação de uma figura num espaço deserto, incumbida de realizar uma ação de transporte, aparentemente, inútil e absurda à volta de um círculo demarcado na terra, remete diretamente para a repetição e temporalidade associada ao trabalho diário e rotineiro do operário ou da personagem mitológica.

É a partir da ação sisífia, de uma ideia de falhar, que o processo criativo é potenciado. O trabalho tem como base e foco principal o desenho e a sua relação documental com o performativo, mas estende-se para lá do mesmo focando-se numa prática multimodal, que inclui pintura, fotografia e a tridimensionalidade de instalações e dioramas. Juntas, estas obras formam pistas e rumores, instigam a fantasia no espetador que poderá não ter estado presente no evento performativo, criando um lugar especulativo de possibilidades ficcionais e reconstruções visuais.