The queue (Em construção)

The queue consiste num ato performativo que é apresentado indiretamente e que alcança o seu propósito a partir do documento. Através de uma sequência stop motion, um par de sapatos faz o percurso até chegar ao metrónomo de Praga. Em fotografia regista-se resíduos a vermelho – contornos temporários desenhados e delineados no chão – deixados pelo percurso do calçado fantasma, como se se tornasse evidências do ato, resquícios e provas físicas do evento. Questões de temporalidade e de repetição são inerentes ao trabalho estabelecendo uma relação direta e simbólica perante o metrônomo e a sua história. É de facto evidência de uma espera, de uma fila que lentamente avança de encontra à representação física de um tempo parado (o aparelho não se encontra operacional). Ao apresentar o stop motion reflete-se sobre as ligações entre a cidade, a ação e o metrónomo com a própria documentação. Esta é a materialização do tempo, da espera e do movimento. O evento tem como motivo originário uma conversa com as pessoas locais, onde assuntos e temas relacionados com o metrônomo foram falados. Desde as funcionalidades e propósitos do aparelho, do seu estado na ocasião, da sua construção e criação após a Velvet Revolution, como também da anterior e monumental estátua que ocupava o enorme plinto onde o metrônomo se encontra atualmente disposto, até a uma piada popular checa acerca do extinto monumento relacionada com uma fila para obter carne. Apresentar a documentação em stop motion é expor a imagem parada que anda, que se movimenta. Como diz na placa do monumento “In time,all thing pass…”, a fila fará o seu percurso, deixará os seus resíduos e, quem sabe, num futuro próximo o metrônomo recomeçará a marcar novamente o tempo, os andamentos musicais e quotidianos da cidade de Praga.