To the Studio (Corner#1) é a primeira de várias ações performativas que integram As Ações de Praga realizadas durante a estadia do performer na cidade. Uma figura  é posicionada no canto do estúdio da Academia de Belas Artes de Praga onde o autor na altura frequentava. Pretendeu-se que o posicionamento no canto do estúdio se iniciasse com a 9ª Sinfonia de Beethoven e encerrasse com o seu fim, colocando a figura de pé em frente ás paredes brancas que compunham o canto do atelier ao longo de uma hora. A ação parte do interesse pelo estúdio e o seu papel numa pessoa estrangeira que ainda pouco conhecia acerca do país, pessoas e costumes, em geral, do sítio onde se encontrava. A disposição da figura no canto do estúdio colocaria aqui uma série de questões sobre o seu recente posicionamento na cidade, assim como nas respetivas funções a que normalmente o estúdio se encontra associado. Todavia, existe algo de Uncanny na documentação realizada. Ouve-se os barulhos dos colegas do estúdio a assistir ao evento performativo(?), e vê-se a figura, imóvel, no canto sem se mexer, a ouvir a sinfonia... Será que a ação aconteceu? Será que o performer enquanto figura realmente se encontra no canto? Colocar estas questões liga-se diretamente com a presença de uma figura que aparenta ser uma silhueta, uma massa imprecisa, algo imóvel como se tratasse de um manequim, um objeto inanimado posicionado ou abandonado no canto. Ao colocar a hipótese de o acontecimento no estúdio ter ocorrido, mas sem o confirmar, o vídeo assume a forma de um espetro, de uma identidade que, tal como o teatro, se assume como a ‘visibilidade do invisível’. É nessa incerteza e efeito emocional que a ação e trabalhos pretendem operar. Ver o vídeo neste caso não é ver a performance, nem o real, é ver o meio de acesso a um evento que não seria possível de ser visto a não ser através desse mesmo meio. A realidade da ação situa-se entre o real e o fictício, e o que  aconteceu no estúdio da Academia fica encoberto em mistério e rumores.